Com o jaleco em uma mão e o celular na outra, muitos médicos hoje também são criadores de conteúdo — e isso é ótimo! A presença digital ajuda a informar, educar e estreitar laços com os pacientes. Mas atenção: quando o assunto é publicidade médica, o Conselho Federal de Medicina (CFM) deixa bem claro que há limites éticos que precisam ser respeitados.
A Resolução CFM nº 2.336/2023, publicada em setembro de 2023 após 11 anos sem atualizações, veio para reforçar e esclarecer esses limites. E aqui vai um alerta amigo: o que você posta pode trazer sérias implicações legais e éticas.
Para te ajudar, separamos 10 ações proibidas pela nova Resolução:
1. Divulgar áreas nas quais não tem especialização
Falar sobre doenças ou sistemas específicos sem ser especialista nisso pode confundir o público. Evite se posicionar como referência em áreas fora do seu domínio de atuação.
2. Prometer ou insinuar resultados garantidos
Frases como “cura garantida”, “resultados em 7 dias” ou “método infalível” estão totalmente fora das regras. Cada paciente é único e resultados variam.
3. Divulgar equipamentos ou medicamentos sem registro na Anvisa
Mesmo que seja uma nova tecnologia “promissora”, se não tiver registro na Anvisa, não pode aparecer nos seus conteúdos.
4. Dar chancela pessoal a produtos ou marcas
Selo de qualidade, recomendação de alimentos, cosméticos, suplementos ou qualquer item que sugira superioridade: tudo proibido.
5. Participar de propagandas de produtos médicos, cosméticos ou alimentícios
Você não pode emprestar sua imagem para campanhas comerciais. Isso inclui até aquele post “inocente” com nome de marca ao fundo.
6. Promover técnicas não reconhecidas pelo CFM
Aquela “técnica revolucionária” ou “protocolo exclusivo” que não consta entre os métodos reconhecidos pelo Conselho? Melhor não divulgar.
7. Transmitir consultas ou procedimentos ao vivo
Mesmo com autorização do paciente, essa prática é proibida. A privacidade e o sigilo médico vêm sempre em primeiro lugar.
8. Divulgar técnicas como se fossem exclusivas
Mesmo que você seja o único a usar determinada abordagem, é proibido atribuir a ela um valor especial ou superior.
9. Substituir a consulta presencial por consultorias informais nas redes
As redes sociais não devem ser usadas como canal de atendimento clínico. A telemedicina segue regras próprias e deve ser realizada com responsabilidade.
10. Participar de premiações promocionais
Listagens como “médico do ano”, “destaque da especialidade” ou “melhor médico de tal região” com foco publicitário ou patrocinado não são permitidas.
E o que pode, então?
Você pode (e deve!) usar suas redes para:
– Educar o público com informações baseadas em evidências;
– Compartilhar atualizações sobre sua carreira (cursos, congressos, certificações);
– Divulgar seus contatos, endereço e horários de atendimento;
– Apresentar sua clínica ou equipe de forma institucional;
– Fazer posts de conscientização e campanhas de saúde.
Conecte-se com ética
As redes sociais são poderosas aliadas — mas, como toda ferramenta, precisam ser usadas com responsabilidade. A ética é o melhor filtro na hora de decidir o que publicar. Quando em dúvida, pergunte-se:
“Isso promove o cuidado ou promove a mim mesmo?”



